Conheça as tecnologias apresentadas neste grande sucesso do cinema e saiba quais delas saíram da ficção para o nosso cotidiano.
Computadores com interface baseada em gestos
Uma das cenas mais emblemáticas de Minority Report é a de John Anderton (Tom Cruise) acessando informações diante de uma enorme tela curva de computador apenas movimentando as mãos.Como um maestro regendo uma orquestra, seus movimentos de “arrastar e soltar”, “zoom” e “slideshow” lembram muito os utilizados na atualidade com as tecnologias touchscreen. No filme o personagem utiliza uma espécie de luva, com pontos azuis (spots) na ponta dos dedos. Sobre a tela um sensor capta o movimento dos spots fazendo a “leitura” da ação.
Exemplo de interface gestual criada por pesquisadores espanhóis.
Felizmente não precisaremos esperar até 2054 por esta novidade. As interfaces baseadas em gestos estão se tornando cada vez mais comuns e já é possível dizer que esta é uma tendência para os próximos anos. Consoles como o Microsoft Kinect, Nintendo Wii ou mesmo o PlayStation 3, com o acessório Move, se utilizam da mesma concepção tecnológica.Alguns celulares já são capazes também de reconhecer o movimento do usuário sem que ele precise tocar na tela. Ainda não temos uma tecnologia como essa para os computadores domésticos, mas sem dúvida é possível afirmar que trata-se apenas de uma questão de tempo.
Holografia 3D
A principal proposta da tecnologia 3D é aproximar as imagens do espectador, fazendo com que ele viva de maneira mais intensa uma experiência visual. Em Minority Report John Anderton tem em sua casa uma grande tela que projeta imagens holográficas.Nela, ele confere vídeos antigos de sua família e consegue ter a nítida sensação de que seu filho ou sua esposa estão “junto com ele” na sala de estar. Infelizmente, a holografia ainda não chegou a um ponto tão avançado assim, mas isso não significa que ela não tenha atingido um limiar interessante.
Primeira exibição holográfica utilizada pela CNN.
Durante a cobertura da última eleição para a presidência dos Estados Unidos, no segundo semestre de 2008, a rede de televisão norte-americana CNN apresentou o recurso de holografia para “materializar” uma repórter que estava em Chicago dentro dos estúdios da emissora em Nova York.O resultado impressionou mais ainda por ter sido transmitido pela TV, mas na prática ainda é muito caro e difícil ter experiências com boa qualidade de imagem. Se a tendência do 3D se confirmar junto ao consumidor, a holografia pode ser um passo futuro, ampliando as possibilidades do novo formato.
Detecção de identidade via íris
Em todos os lugares da cidade, seja no shopping, no metrô ou no ambiente de trabalho, em Minority Report o reconhecimento de identidade é feito através da leitura da íris. O sistema biométrico é a base principal de segurança, garantindo que não exista uma pessoa com identificação igual a outra.Os sensores biométricos ainda não estão em todos os lugares, mas já são mais do que uma realidade na atualidade. A técnica consiste em um scanner que quando acionado obtém uma imagem em alta resolução do objeto, neste caso a íris.
Sistema de identificação biométrica utilizado em escola de Nova Jersey, nos EUA.
Depois de capturada a imagem é comparada com todas as outras disponíveis em um banco de dados. Embora exija equipamentos de alto custo para análise, a íris é uma característica muito confiável para identificar as pessoas. É imutável com o passar dos anos e quase impossível de ser clonada.Ainda levará algum tempo para que cheguemos a um nível igual ao que é mostrado no filme, com leitura e reconhecimento em questão de poucos segundos e, em alguns casos, a distâncias de mais de 100 metros, mas essa é mais uma novidade que, de certa forma, aos poucos se integra em nosso dia a dia.
Publicidade personalizada
No mundo de Minority Report os outdoors, cartazes e displays de lojas são todos interativos. Munidos de sensores de leitura biométrica, eles captam e identificam quem é a pessoa que está passando diante deles e individualmente são capazes de oferecer um produto de acordo com o interesse do consumidor.Tecnicamente estamos muito longe de chegar a uma situação como essa. No entanto, em termos conceituais, isso já acontece na prática. Em diversos pontos comerciais, como shoppings centers, por exemplo, é possível receber mensagens pelo celular via Bluetooth de maneira automática a partir de totens espalhados pelo local.
Sequência de Minority Report com anúncios interativos.
A personalização das ofertas, baseada no histórico de comportamento do usuário, na prática já existe em diversos sites de e-commerce. O que ainda não existe é a abordagem direta, via áudio ou vídeo, durante um passeio pelas ruas da cidade.Outras implicações de ordem ética devem impedir que um sistema como esse venham a se tornar realidade tão cedo. Se por um lado parece uma boa ideia receber ofertas personalizadas ao entrar em uma loja, por outro isso significa abrir mão completamente de sua privacidade, consequência com que muitos ainda não estão dispostos a arcar.
Jetpacks
Uma das maneiras apresentadas para locomoção em 2054 é a utilização de Jetpacks. Experiências com eles já existem há muitas décadas, mas até então nenhuma tecnologia tornou possível voar livremente pelos céus de maneira segura e confiável. Até então.Uma empresa da Nova Zelândia desenvolveu um Jetpack comercializável que, ao que tudo indica, chega às lojas neste ano. O Martin Jetpack, no entanto, ainda tem um preço proibitivo, cerca de US$ 250 mil por unidade.
Imagem: Martin Jetpack/Divulgação.
Nos Estados Unidos ainda estão em estudo leis de regulamentação do tráfego aéreo de veículos e a expectativa é que elas sejam aprovadas somente daqui a dez anos. Esse período será utilizado para identificar as necessidades e apontar como serão constituídas as aerovias para veículos de usuários civis.Outro item em que o produto ainda deixa a desejar é o consumo de combustível. Dezoito litros de gasolina garantem uma autonomia de voo de apenas 30 minutos. Já para os gordinhos outra má notícia: o limite de peso para utilizar o aparelho é de 108 quilos.
Pré-crime
Toda a trama de Minority Report se desenvolve em função do sistema de pré-crime, uma tecnologia baseada nos Pré-Cogs, seres dotados de alta capacidade cognitiva e capazes de prever um crime antes mesmo que ele aconteça. Na vida real a chance de que algo do gênero exista um dia é remotíssima.No entanto, isso não significa que não seja possível prevenir crimes ou mesmo surtos de doenças, combatendo suas causas e minimizando o impacto deles junto à população. Nesse quesito algumas ferramentas colaborativas surgidas na internet podem ajudar a evitar tragédias anunciadas.
Um desses sistemas é a WikiCrimes. Trata-se de uma plataforma colaborativa baseada no sistema Google Maps. Qualquer usuário pode acessá-la e registrar a ocorrência de um crime em qualquer ponto do mundo. O sistema cruza os dados e aponta quais são as áreas do mapa com maiores índices de criminalidade, assim você pode evitá-las ou solicitar aos órgãos públicos um reforço no policiamento do local.
Outra utilização inteligente de dados para prever situações é o Google Flu. Trata-se de um mecanismo que cruza os dados de busca referentes à gripe e identifica de quais locais eles estão vindo. Um surto de gripe em determinada região, por exemplo, provoca um aumento nas buscas por termos relacionados naquela localidade. De posse desses dados fica mais fácil tomar medidas imediatas de combate à proliferação do vírus.
Veículos movidos a levitação magnética
Um dos maiores sonhos de consumo dos espectadores de Minority Report são os carros apresentados no filme. Eles são capazes de se deslocar velozmente de maneira horizontal e vertical, sem que seja preciso dirigi-los. Esse fenômeno exibido na produção é possível graças a uma tecnologia chamada levitação magnética.Na prática ela existe e é conhecida como Maglev (Magnetic Levitation Transport) e está em testes em linhas de trem de Xangai, na China. Os veículos andam sobre trilhos especiais elevados e ganham propulsão por meio de forças atrativas e repulsivas do magnetismo.
Vídeo de apresentação do trem MagLev Transrapid.
Esses trens conseguem atingir alta velocidade (220 km/h), com relativo baixo consumo de energia e pouco ruído. No entanto, devido ao alto custo de produção, atualmente existe apenas uma linha comercial do gênero no mundo. O Transrapid de Xangai faz um percurso de 30 km em apenas 8 minutos.Se o custo é alto para trens, imagine então para autovias e veículos individuais. Por mais incrível que pareça, a tecnologia apresentada no filme já é uma realidade, mas infelizmente ainda está longe de se tornar comum no dia a dia das grandes cidades. Quem sabe em 50 anos a situação não mude de figura e você possa estacionar o seu carro na sacada do prédio?
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